Não fazia ideia que as pessoas pediam aos médicos para abaterem animais saudáveis! Estou chocadíssima!
Não deixem de ler a carta, copiá-la e fazerem-na circular.
JOÃO
quarta-feira, 31 de Março de 2010
Matando animais incómodos. Carta aberta
Mas, para de tal falar,cabe fazer um curto parêntesis.
Até ao fim dos anos 80 era normal o abandono dos animais com a aproximação da época balnear. Era comum ver-se à beira das estradas os cães confusos a olhar para o vazio à procura dos seus donos que os tinham despejado do carro, no seu caminho para o Sol do Algarve.
Nos anos 90 tornou-se comum o abandono em clinicas veterinárias ( uma evolução portanto) dos animais. O alijamento era feito no seguimento de uma hospitalização ou ainda entrando subrepticiamente nas clinicas e pedindo a alguém se segurava o cão enquanto “ia estacionar o carro”.
Acabando o parêntesis cumpre seguir com o discurso original.
Com o fim da primeira década do Século XXI a aproximar-se do seu término, surgiu uma nova forma de abandono, considerada porventura mais “humana” pelos seus perpetradores. O Abate misericordioso.
Esta nova modalidade resume-se em ir a um centro de atendimento médico veterinário e solicitar o abate do seu cão ou gato tout court. Falamos de animais saudáveis que em muitos casos nunca foram observados por um médico-veterinário, nem sequer para a vacinação obrigatória por lei.
As razões ? Variam. Vão desde a pessoa que desespera porque o cão não se cala e os vizinhos queixam-se, não fazer as necessidades no local e na altura considerada devida, ao cão que rosna ao marido, ao cão estar doente e não ter dinheiro para cuidar do animal ou ainda a melhor de todas as justificações...”por não ter tempo e não achar justo abandoná-lo” (sic).
A solução? Abata-se.
O médico recusa-se dizendo que o animal está saudável ? Recorre-se à chantagem psicológica. “Se não o abate tenho de o deixar no meio da rua”.Como se esta afirmação co-responsabilizasse o clinico pelo acto indigno que o dono se propoe fazer ao animal que paciente abana a causa ao seu lado.
Este abate é moralmente mais apelativo do que o abandono puro e simples para o dono e é desgastante para o médico-veterinário que tem de explicar a sua recusa ao próprietário do animal indignado, como se quem estivesse errado fosse o clinico. A verdade é que o abate de animais não é um serviço per si. Nenhum médico-veterinário estuda, tem como objectivo ou faz com prazer abates de animais saudáveis.
Nem seria considerado justo, honesto ou aceitável uma pessoa ir com um seu familiar idoso a um médico de pessoas dizer “abata o meu pai que está velho”.
A questão primordial é que o médico-veterinário não é um carrasco dedicado a abates de animais simplesmente porque o dono do animal o deseja. A função do médico veterinário é tratar os animais doentes o melhor que puder e souber, ajudar os animais a usufruirem de uma vida mais longa e com qualidade de vida, defender a saúde pública, ter um papel activo na prevenção e controlo de zoonoses, e eutanasiar em situações limite como sejam de sofrimento constante e não aliviável ,os animais doentes.
Animais com problemas comportamentais podem ser ajudados, desde que haja vontade dos donos:Grande parte dos casos de animais que causam disturbios em casa ou que são dominantes são-nos por exclusiva responsabilidade do dono que o não sabe controlar, que tem um animal sem querer dispensar algum tempo por dia ou que o encara como um acessório e não como um ser vivo passível de sentir dor e angústia.
Deve recorrer em tempo útil ao médico-veterinário que o pode ajudar e inclusivé se necessário indicar um processo de treino ou de reeducação e apoio terapêutico em casos mais graves.
Lamentávelmente vemos as pessoas recorrerem a vizinhos, amigos, automedicação, ou seja, a quem não sabe nem pode solucionar e muitas vezes contribui para agravar o caso até o tornar irresolúvel. E é só então que decide recorrer a quem deveria ter apelado primeiro, mas para uma tarefa indigna. Não se resolveu. Abata-se.
Não é para isso que existe a profissão de médico-veterinário, nem existe imperativo legal que force ao abate por capricho de animais saudáveis.
Esse serviço, de abate por conveniência de animais saudáveis, não existe na nossa lista de serviços, e continuará a não existir.
Publicada por HospitalVet em 22:15
Já nada me admira neste mundo imundo... :o(
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarNeste mundo já nada nos admira. É verdade!
A mim admira-me e muito é que as pessoas escrevam comentários sem colocarem um nome ou um "nickname".
Se este fosse o meu Blog, e eu não fosse apenas gestora, eu não colocaria aqui o teu comentário.
Estes espaços querem-se participados, mas não por fantasmas... E o anóminato cheira a "fastasma".
Custa alguma coisa colocar um nome?
JOÃO
"Chegará o dia em que o homem conhecerá o íntimo de um animal. E, nesse dia, todo o crime contra um animal será um crime contra a humanidade"
ResponderEliminarcomo disse um dia Leonardo da Vinci
Ass. Procurando desesperadamente por ti